Relato da
manifestação de 2 de Março no Porto
Éramos muitos desta vez no Porto, muitos mesmo,
contabilizou-se
400.000 nesta cidade, uma manif que demonstrava a força de uma população que já não aguenta mais ficar à rasca, sempre com medo do próximo corte e da próxima medida de austeridade. No meio desse mar de gente formou-se um bloco libertário com malta da AIT/SP e de outros coletivos do Porto, além de indivíduos ligados a esta forma de pensamento e ação. Bandeira vermelha e preta anarco-sindicalista e uma acção teatral onde companheiros disfarçados de "troika" serviam de alvo para centenas de bolinhas de tinta, bolinhas estas que erravam os "alvos" e acabam, "acidentalmente" a acertar os bancos que se encontravam atrás dos mesmos, pura simbologia, ao mesmo tempo ousada, que serviu para mui tos que passavam e aderiam à acção como forma de "colocar pra fora" os problemas de um cotidiano aflito com a "crise". Ao final da manif, quando tudo parecia encaminhado e as pessoas se dirigiam para as suas casas com gosto de "quero mais", a polícia cerca o grupo ligado à acção teatral para pedir-lhes suas identificações, dada a ilegalidade do pedido, as pessoas obviamente se recusaram a identificar-se. A tensão aumenta em volta do cerco da polícia, a população grita, pede para soltar o grupo, tentam entrar no cerco a dizer: "Se eles estão presos então também quero estar", e de repente duas prisões, arbitrárias e sem qualquer razão aparente, incluindo a de um militante do SOV-Porto (AIT/SP). É a gota d'água para quem assistia a tudo indignado. Pessoas invadem o cerco e aos gritos de "Fora daqui, fora daqui" simplesmente expulsam a polícia dali, um acto de coragem e indignação que mostra claramente que os nervos estão à flor da pele e que as coisas começam a mudar.
Já na prisão os companheiros detidos se viram confrontados com os dois
policiais a paisana que acompanhavam a manifestação e que rapidamente não os
reconhecem como pessoas que lançaram qualquer bolinha de tinta em bancos, e era
verdade, a polícia de intervenção só tinha prendido dois (eles diziam
claramente que gostariam de ter pego mais pessoas) e eram os dois errados.
Rapidamente os mesmos policiais comunicam ao Comando este facto, mas não havia
jeito, o comando queria que alguém fosse arguido no processo e que também
alguma pessoa fosse denunciada como possuidora do que havia sido apreendido (no
caso um carrinho de compras com as bolinhas de tinta que não foram lançadas), e
lá estava feito o filme, aqueles dois seriam os bodes expiatórios de tudo o que
houve. E assim correu o processo, sem abuso de poder, sem muita hostilidade, os
dois foram considerados arguidos e se recusaram a assinar o papel, depois foram
levadas à identificação d as digitais de mão inteira e fotografia, sendo
liberados posteriormente. Tentou-se fazer uma manifestação em frente à Esquadra
onde estavam os detidos, porém a polícia foi hábil e conseguiu enganar os
manifestantes que o tempo inteiro estiveram na esquadra errada. Como os detidos
foram impedidos de usar o telemóvel não houve volta a dar com relação a isso.
Por agora tudo está bem, mas vamos aguardar o decorrer deste processo para
sabermos que passos damos adiante.400.000 nesta cidade, uma manif que demonstrava a força de uma população que já não aguenta mais ficar à rasca, sempre com medo do próximo corte e da próxima medida de austeridade. No meio desse mar de gente formou-se um bloco libertário com malta da AIT/SP e de outros coletivos do Porto, além de indivíduos ligados a esta forma de pensamento e ação. Bandeira vermelha e preta anarco-sindicalista e uma acção teatral onde companheiros disfarçados de "troika" serviam de alvo para centenas de bolinhas de tinta, bolinhas estas que erravam os "alvos" e acabam, "acidentalmente" a acertar os bancos que se encontravam atrás dos mesmos, pura simbologia, ao mesmo tempo ousada, que serviu para mui tos que passavam e aderiam à acção como forma de "colocar pra fora" os problemas de um cotidiano aflito com a "crise". Ao final da manif, quando tudo parecia encaminhado e as pessoas se dirigiam para as suas casas com gosto de "quero mais", a polícia cerca o grupo ligado à acção teatral para pedir-lhes suas identificações, dada a ilegalidade do pedido, as pessoas obviamente se recusaram a identificar-se. A tensão aumenta em volta do cerco da polícia, a população grita, pede para soltar o grupo, tentam entrar no cerco a dizer: "Se eles estão presos então também quero estar", e de repente duas prisões, arbitrárias e sem qualquer razão aparente, incluindo a de um militante do SOV-Porto (AIT/SP). É a gota d'água para quem assistia a tudo indignado. Pessoas invadem o cerco e aos gritos de "Fora daqui, fora daqui" simplesmente expulsam a polícia dali, um acto de coragem e indignação que mostra claramente que os nervos estão à flor da pele e que as coisas começam a mudar.
Um militante do SOV Porto (AIT-SP) detido na manifestação de
2 de Março
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