sexta-feira, 26 de abril de 2013

Comunicado do SOV-PORTO /AIT-SP


“25 DE ABRIL SEMPRE - FASCISMO NUNCA MAIS!”...
  CAPITAL e ESTADO também NÃO…
  NENHUM PASSO ATRÁS NOS DIREITOS CONQUISTADOS!

Muitos e muitas resistentes do passado, de ideais e sonhos diferentes, sofreram no corpo e na mente a opressão e a brutalidade do fascismo-salazarista – como de resto a dos vários fascismos que esmagaram os povos entre os anos 20 e os anos 40 do século 20– e para os povos português, espanhol, grego, brasileiro, africano  e muitos outros, até muito mais tarde.
Mas então porque é que hoje, 25 de Abril de 2013, aqui e agora, será tão importante afinal mantermos viva a memória dos e das ANARQUISTAS e ANARCO-SINDICALISTAS perseguidos, presos , torturados e mortos pelo fascismo-salazarista?... Porque é que a sua memória continua, em grande parte, a ser BRANQUEADA pelos historiadores do Poder de todas as cores ou quando muito continuam a ser hipocritamente lembrados como anarquistas MORTOS, como algo morto e enterrado e não  como uma ALTERNATIVA VIVA do presente?!


Hoje começa a tornar-se mais claro que “santinhos” protetores da pobre humanidade, que  profissionais da política e que representantes (que todos sempre se  cobram bem… ) do alto do cavalo do Estado e dos governos, não são as SOLUÇÕES mas sim parte do problema nas situações graves que afetam TRABALHADORES e POVO e que afinal estes são capazes por si próprios de pôr em causa os interesses daqueles que os exploram e oprimem, como o fizeram no passado os da antiga CGT (Confederação Geral do Trabalho) proibida e perseguida pelo regime salazarista, reprimida na greve insurreccional de 1934 , e finalmente esmagados no fim dos anos 40. 

Essa organização anarco-sindicalista dxs trabalhadores/as não precisava  de funcionários, nem de subsídios do Estado, nem de representantes ou de controladores de qualquer partido para lutar contra O PATRONATO e o ESTADO-LADRÃO e jamais pactuava ou aceitava “concertações sociais” ou ser “parceiro social” de quaisquer patrões e governos, fossem eles republicanos ou monárquicos, democratas, socialistas ou fascistas! Jamais punham em causa as suas reivindicações como trabalhadores/as em nome de quaisquer táticas manhosas de quaisquer arranjinhos “patrióticos” de governos. Eram, DE FACTO e não em palavras apenas um CONTRA-PODER, anticapitalista e anti-opressão.

E  HOJE , mais do que nunca, precisamos das ideias e práticas ANARQUISTAS e ANARCOSINDICALISTAS organizadas para ENFRENTARMOS O CAPITALISMO SELVAGEM e o/s ESTADO/s que o defende e guarda - bem como tudo aquilo que com eles concilia!

No passado, foram homens e mulheres como os anarquistas e anarco-sindicalistas da antiga CGT que se auto-organizaram para resistir e tentar vencer o capitalismo e a opressão:  Mário Castelhano (morto no Tarrafal), Angelina Vidal (de Setúbal) , A.Simões Januário, Manuel Fiúza Júnior (de Viana, morto na PIDE no Porto), Margarida de Barros e  Virgínia Dantas (Porto-Fontaínhas) Manuel Joaquim de Sousa ( Porto- Paranhos-),  Manuel Reis (do Porto ), Amilcar Dias, António Soares, Anibal Dantas, Alberto Moniz da Silva, António Luís, A.Augusto Quaresma, Campos Lima, Clemente Vieira dos Santos, Constantino Mendes, Ferreira de Castro (escritor), Faustino Bretes, Fernando Barros, Germinal de Sousa, José Bernardo, Joaquim Correia, Justino Gomes, José de Almeida, João Vieira Alves, João Black, João Caldeira, José Antonio Machado, João Humberto Matias, Jaime Rebelo, (de Setúbal -o homem da boca cerrada – que cortou a língua com os dentes para não falar na PIDE…), Joaquim Moreira da Silva (o poeta-carpinteiro de Vilar-Modivas) , Júlio Gonçalves Pereira, José Reboredo, José Correia Pires, Luís Portela, Lucinda Castelhano, Libânio Leal, Leonídio Rodrigues, Laura de Sousa, Luísa do Carmo Adão,  Lino de Andrade, Miquelina Sardinha, Mário Domingues, Maria Antónia AquinoManuel Inácio Luís, M.Joaquim Caetano da Silva, Melo Bandeira, Manuel Correia, Manuel Pedro, Rodrigo Manuel Ferreira (do Porto),Emídio Santana (um dos jovens autores do atentado falhado a Salazar em 1937…), e tantos e tantas outras e outros... Todos eles e elas foram decerto produtos de uma época heroica mas não eram feitos de carne, ossos e sangue diferentes das pessoas de hoje!                                              Simplesmente tinham-se eles próprios formado na escola das ideias e praticas anarquistas e anarco-sindicalistas (que não eram nem são DESORGANIZAÇÃO mas sim AUTO-ORGANIZAÇÃO das próprias pessoas revoltadas contra as injustiças e explorações dos poderosos – e só serão o CAOS para os inimigos do povo e dos trabalhadores).
Forçosamente, a “crise” atual e as misérias e a exploração selvagem do capitalismo e dos Estados de que já se prevê a intensificação para os próximos tempos, haverão de produzir também lutadoras e lutadores da têmpera daqueles nossos companheiros – e possivelmente muitos e muitas mais, pois os tempos serão ainda mais duros do que os dos anos 20 ou 30 do século passado.
A AIT-SP (Associação Internacional dos Trabalhadores – Secção Portuguesa), que se pretende continuadora atual da antiga CGT anarco-sindicalista, tem nos seus estatutos e programa bem claro que tampouco nós deixaremos que o que os trabalhadores e o povo conseguiram conquistar com a queda do fascismo em 25 de Abril de 1974 volte atrás e seja destruído pelos atuais gatunos deste ou de qualquer outro governo e pelo capital internacional, pelo FMI ou seja por quem for.
E da mesma forma que as nossas organizações irmãs da AIT internacional (CNT espanhola, SOLFED inglesa, FAU alemã, CRASS russa, FORA argentina  e tantas outras), bem como com os sindicalistas-revolucionários da IWW americana, ESE grega, e outras estruturas libertárias, envidaremos os nossos esforços, mesmo à escala da (ainda)pequena organização que somos aqui, para travar a ofensiva mundial do capitalismo selvagem . Ao contrário do que alguns ainda acreditam, a solução não cremos que esteja em nenhuma espécie de “governo patriótico” mas sim na luta dos explorados e dos povos oprimidos de todo o mundo – porque os explorados e oprimidos não têm outra pátria que não seja O MUNDO INTEIRO!

VIVA O 25 DE ABRIL LIBERTÁRIO!  VIVA O 1º DE MAIO DA LUTA E RESISTÊNCIA SOCIAL!
VIVA A REVOLUÇÃO SOCIAL LIBERTÁRIA MUNDIAL!

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