Uma iniciativa da Baladre (Coordenação galega contra o desemprego, o empobrecimento e a exclusão social)
MANIFESTO
A 15 de Março terminou em Bruxelas a primeira fase do “Semestre Europeu
2013”. Nesses encontros avaliaram-se a implementação de medidas acordadas e o
ajuste dos estados aos programas de Estabilidade e convergência impostos; e o
mais importante, a coordenação das políticas económicas, orçamentais e de
emprego dos estados membros para os seis meses seguintes. Mas face às suas
avaliações e estratégias, nós temos as nossas próprias.
Não é de esquecer,
que a chamada“União Europeia”, é a continuação daquilo que surgiu em 1957 como
“Comunidade Económica Europeia”. Constituído no ano de 85 o Mercado Único, a
CEE passou a ser a Comunidade Europeia. Oito anos depois, entra em vigor o Tratado
de Maastricht, com o qual nascem o Euro e a União Europeia, aprovando-se em
2002 a Agenda de Lisboa com o objetivo de converter a EU em 2010 no espaço do
mundo com maior concorrência económica.
Finalmente, é preciso destacar, no
processo que constituiu a EU, o Tratado de Lisboa. Nele se apresentam como
principais objetivos a concorrência e o crescimento económico. De acordo com
isto, serviços públicos como são os serviços da
saúde, a educação, o fornecimento de água potável, os transportes
coletivos, os correios, ou os apoios sociais a pessoas idosas, crianças ou
incapacitados, ficam sujeitas às normas da concorrência, com a intenção final
de se tornarem meros negócios mercantis
geridos por multinacionais.
No âmbito laboral, pretende-se uma
“transição fluente da cidadania entre diferentes empregos”, pelo que a educação
se deverá orientar para o “aumento da empregabilidade” das pessoas, através da
estratégia da chamada “flexi-segurança”. Em conclusão, maximizar a
escolarização do mercado laboral.
Aposta-se na liberalização do mercado
energético, numa unificação da redução
dos direitos sociais a nível europeu, no fortalecimento das fronteiras, etc.
Torna-se claro, portanto, que a União
Europeia não é nem nunca foi, um projeto social, e que as políticas que agora
se estão a implementar sob a estratégia do impacto da “crise”, há muito tempo que estão
programadas e não correspondem a medidas
urgentes para sair de uma situação imprevista.
Avaliamos, por consequência, as suas
políticas e a própria União Europeia como sendo as verdadeiras ameaças das
quais temos de nos resgatar.
Ora, não nos devemos esquecer que, tal
como já foi referido num texto contra a
UE no ano 2010, que “a União Europeia não é a verdadeira raiz dos nossos
problemas, mas a sua consequência mais atual. Limitarmo-nos a criticar a suas
políticas neoliberais e os seus excessos é pois, ignorar que o Capitalismo é
já, ele próprio, um excesso realizado.
Podemos ter a certeza absoluta que a
degradação universal, social e ambiental será tanto mais profunda quanto mais
não consigamos combater as suas causas ou origens”.
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