segunda-feira, 28 de abril de 2014

25 de Abril de 2014 .

40 anos depois do 25 de Abril…
ESTÁ  AINDA MUITO POR FAZER! (mas a nossa história continua !...)
Na antiga sede da PIDE / DGS no Porto ...
 O 25 de Abril de 1974, com o fim da ditadura fascista e o renascer da esperança dos trabalhadores e do povo, foi nos meses que se seguiram e até 25 de Novembro de 1975, aquilo que mais se aproximou de uma verdadeira revolução social neste país.
O fim da guerra nas ex-colónias, o movimento dos trabalhadores da cidade e do campo, a ocupação pelos trabalhadores das empresas e grandes propriedades rurais abandonadas pelo patronato, a sua autogestão pelos próprios trabalhadores, as ocupações massivas de bairros e prédios vazios por moradores pobres e sem casa,  tudo isto ameaçava os interesses dos novos patrões “democratas” e da cáfila partidária e estatal que acabou por se instalar no Poder – até hoje-  roubando agora “democraticamente” o povo ( trabalhador@s, desempregad@s, sub-empregad@s e pensionistas, moradores  pobres e sem-abrigo).
      
 Pois!...“25 DE ABRIL SEMPRE - FASCISMO NUNCA MAIS!”...
 …mas CAPITALISMO e MÁFIA POLÍTICA“REPRESENTANTE”também NÃO!

           . RESISTIR aos “cortes”e “VOLTA-ATRÁS” nos DIREITOS CONQUISTADOS…
              . Preparar a REVOLUÇÃO SOCIAL (e  a organização popular e laboral )
              . COMUNISMO LIBERTÁRIO (auto-gestão laboral e auto-governo popular)
                             …Eis os objectivos ANARCO-SINDICALISTAS de hoje

 Muit@s resistentes do passado, de ideais e sonhos diferentes, sofreram no corpo e na mente a opressão e a brutalidade do fascismo-salazarista – como de resto dos vários fascismos e autoritarismos que esmagaram os povos entre os anos 20 e os anos 40 do século 20 – e para os povos português, espanhol, grego, brasileiro, africano  e muitos outros, até muito mais tarde.
Mas então porque é que hoje, 25 de Abril de 2014, aqui e agora, será tão importante mantermos viva a memória d@s  ANARQUISTAS e ANARCO-SINDICALISTAS perseguidos, presos , torturados e mortos pelo fascismo-salazarista- como por outros autoritarismos?... Porque é que a sua memória continua, em grande parte, a ser BRANQUEADA pelos historiadores do Poder de todas as cores - ou quando muito continuam a ser hipocritamente lembrados como anarquistas MORTOS, como algo morto e enterrado e não  como uma ALTERNATIVA VIVA do presente? ! …
 Hoje começa a tornar-se mais claro que @s privilegiad@s “santinh@s”e pretens@s “defensores do povo e da classe trabalhadora”, que @s profissionais da política e representantes (que tod@s sempre se cobram bem…e nem fazem descontos ) do alto das cadeiras  (e dos BANCOS…privados ou não) do Estado e dos governos, não são  SOLUÇÕES mas sim parte do problema nas situações graves que afetam TRABALHADORES e POVO e que afinal estes, se se organizarem autonomamente, sem os controlos de partidos, sem chefetes e sem burocratas sindicais ou partidários ( em ASSEMBLEIAS POPULARES funcionando em DEMOCRACIA DIRETA, em COLECTIVOS E GRUPOS DE ACÇÃO E REFLEXÃO, em INICIATIVAS  LABORAIS E POPULARES, coordenadas e federadas entre si…),  são capazes por si própri@s de pôr em causa os interesses daqueles que os exploram e oprimem, como o fizeram no passado @s da antiga CGT (Confederação Geral do Trabalho) proibida e perseguida pelo regime salazarista, reprimida na greve insurreccional de 1934 , e finalmente esmagados no fim dos anos 40.
 Essa organização anarco-sindicalista d@s trabalhadoras/es não precisava  de funcionários, nem de subsídios do Estado, nem de representantes ou de controladores de qualquer partido para lutar contra O PATRONATO e o ESTADO-LADRÃO e jamais pactuava ou aceitava “concertações sociais” ou ser “parceiro social” de quaisquer patrões e governos, fossem eles republicanos ou monárquicos, democratas, socialistas ou fascistas! Jamais punham em causa as suas reivindicações como trabalhadores/as em nome de quaisquer táticas manhosas de quaisquer arranjinhos “patrióticos” de governos. Eram, DE FACTO e não em palavras apenas, um CONTRA-PODER, anticapitalista e anti-opressão. Aprendamos com ela.
  Pois HOJE , mais do que nunca, precisamos das ideias e práticas ANARQUISTAS e ANARCOSINDICALISTAS organizadas para ENFRENTARMOS O CAPITALISMO SELVAGEM E OS BANCOS, O FMI e o/s ESTADO/s que os defendem e guardam - bem como tudo aquilo que com eles concilia! E esta luta NÃO É SÓ NOSSA! Ela é comum a TODOS OS POVOS DO MUNDO!
 No passado, foram homens e mulheres como @s anarquistas e anarco-sindicalistas da antiga CGT que se auto-organizaram para resistir e tentar vencer o capitalismo e a opressão:  Mário Castelhano (morto no Tarrafal), Angelina Vidal(de Setúbal) , A.Simões Januário, Manuel Fiúza Júnior (de Viana, morto na PIDE no Porto), Margarida de Barros e  Virgínia Dantas (Porto-Fontaínhas) Manuel Joaquim de Sousa ( Porto- Paranhos-),  Manuel Reis (do Porto ), Amilcar Dias, António Soares, Anibal Dantas, Alberto Moniz da Silva, António Luís, A.Augusto Quaresma, Campos Lima, 
Romagem histórica à memória dos antigos resistentes
e presos libertários (e outros antifacistas )
Clemente Vieira dos Santos,Constantino Mendes, Ferreira de Castro (escritor), Faustino Bretes, Fernando Barros, Germinal de Sousa, José Bernardo,Joaquim Correia, Justino Gomes, José de Almeida, João Vieira Alves, João Black, João Caldeira, José Antonio Machado,João Humberto Matias, Jaime Rebelo, (de Setúbal -o homem da boca cerrada – que cortou a língua com os dentes para não falar na PIDE…), Joaquim Moreira da Silva (o poeta-carpinteiro de Vilar-Modivas) , Júlio Gonçalves Pereira, José Reboredo,José Correia Pires, Luís Portela, Lucinda Castelhano, Libânio Leal, Leonídio Rodrigues, Laura de Sousa, Luísa do Carmo Adão,  Lino de Andrade, Miquelina Sardinha, Mário Domingues, Maria Antónia Aquino,  Manuel Inácio Luís, M.Joaquim Caetano da Silva, Melo Bandeira, Manuel Correia, Manuel Pedro, Rodrigo Manuel Ferreira (do Porto),Emídio Santana (um dos jovens autores do atentado falhado a Salazar em 1937…), e tantos e tantas outras e outros... Todos eles e elas foram decerto produtos de uma época heroica mas não eram feitos de carne, ossos e sangue diferentes dos das pessoas de hoje!   
   Simplesmente tinham-se elas próprias formado na escola das ideias e práticas anarquistas e anarco-sindicalistas (que não eram nem são DESORGANIZAÇÃO mas sim AUTO-ORGANIZAÇÃO das próprias pessoas revoltadas contra as injustiças e explorações dos poderosos – e só serão o CAOS para os inimigos do povo e dos trabalhadores).
Forçosamente, a “crise” atual e as misérias e a exploração selvagem do capitalismo e dos Estados de que já se prevê a intensificação para os próximos tempos, haverão de produzir também lutadoras e lutadores da têmpera daqueles noss@s companheir@s – e possivelmente muitos e muitas mais, pois os tempos serão ainda mais duros do que os dos anos 20 ou 30 do século passado…E, ou ISSO, ou deixarmos que os ricos e poderosos nos comam de cebolada a nós e aos nossos!

Participação do Sov-Porto da AIT-Sp na manif do 25 de Abril
 na Avenida dos Aliados -Porto

 A AIT-SP (Associação Internacional dos Trabalhadores – Secção Portuguesa), que se pretende continuadora atual da antiga CGT anarco-sindicalista, tem nos seus estatutos e programa bem claro que tampouco nós deixaremos que o que os trabalhadores e o povo conseguiram conquistar com a queda do fascismo em 25 de Abril de 1974 volte atrás e seja destruído pelos atuais gatunos deste ou de qualquer outro governo e pelo capital internacional, pelo FMI ou seja por quem for.
E , da mesma forma que as nossas organizações irmãs da AIT internacional (CNT espanhola, SOLFED inglesa, FAU alemã, CRASS russa, ZSP polaca, FORA argentina  e tantas outras)  e outros coletivos libertários e anticapitalistas, envidaremos os nossos esforços, mesmo à escala da (ainda)pequena organização que somos aqui, para travar a ofensiva mundial do capitalismo selvagem e dos seus aparelhos de Estado. Ao contrário do que alguns ainda acreditam, a solução não cremos que esteja em nenhuma espécie de “governo patriótico” mas sim na luta dos explorados e dos povos oprimidos de todo o mundo – porque os explorados e oprimidos não têm outra pátria que não seja O MUNDO INTEIRO e somos MUITAS e MUITOS MAIS do que ELE$,  mesmo com os seus esbirros fardados ou à paisana!

 VIVA O 25 DE ABRIL LIBERTÁRIO!  VIVA O 1º DE MAIO DA LUTA E RESISTÊNCIA SOCIAL!
VIVA A REVOLUÇÃO SOCIAL LIBERTÁRIA MUNDIAL!

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