ESTÁ AINDA MUITO POR FAZER! (mas a nossa história continua !...)
Na antiga sede da PIDE / DGS no Porto ... |
O fim da guerra nas ex-colónias, o movimento dos
trabalhadores da cidade e do campo, a ocupação pelos trabalhadores das empresas
e grandes propriedades rurais abandonadas pelo patronato, a sua autogestão
pelos próprios trabalhadores, as ocupações massivas de bairros e prédios vazios
por moradores pobres e sem casa, tudo isto ameaçava os interesses dos
novos patrões “democratas” e da cáfila partidária e estatal que acabou por se
instalar no Poder – até hoje- roubando agora “democraticamente” o povo (
trabalhador@s, desempregad@s, sub-empregad@s e pensionistas, moradores
pobres e sem-abrigo).
Pois!...“25 DE ABRIL
SEMPRE - FASCISMO NUNCA MAIS!”...
…mas CAPITALISMO e MÁFIA POLÍTICA“REPRESENTANTE”também
NÃO!
. RESISTIR aos “cortes”e “VOLTA-ATRÁS” nos DIREITOS CONQUISTADOS…
. Preparar a REVOLUÇÃO SOCIAL (e a organização popular e laboral )
. COMUNISMO LIBERTÁRIO (auto-gestão laboral e auto-governo popular)
…Eis os objectivos ANARCO-SINDICALISTAS de hoje
Muit@s resistentes do passado, de ideais e sonhos
diferentes, sofreram no corpo e na mente a opressão e a brutalidade do
fascismo-salazarista – como de resto dos vários fascismos e autoritarismos que
esmagaram os povos entre os anos 20 e os anos 40 do século 20 – e para os povos
português, espanhol, grego, brasileiro, africano e muitos outros, até
muito mais tarde.
Mas então porque é que hoje, 25 de Abril de 2014, aqui e
agora, será tão importante mantermos viva a memória d@s ANARQUISTAS e
ANARCO-SINDICALISTAS perseguidos, presos , torturados e mortos pelo
fascismo-salazarista- como por outros autoritarismos?... Porque é que a sua
memória continua, em grande parte, a ser BRANQUEADA pelos historiadores do
Poder de todas as cores - ou quando muito continuam a ser hipocritamente
lembrados como anarquistas MORTOS, como algo morto e enterrado e não como
uma ALTERNATIVA VIVA do presente? ! …
Hoje começa a tornar-se mais claro que @s
privilegiad@s “santinh@s”e pretens@s “defensores do povo e da classe
trabalhadora”, que @s profissionais da política e representantes (que tod@s
sempre se cobram bem…e nem fazem descontos ) do alto das cadeiras (e dos
BANCOS…privados ou não) do Estado e dos governos, não são SOLUÇÕES
mas sim parte do problema nas situações graves que afetam TRABALHADORES e
POVO e que afinal estes, se se organizarem autonomamente, sem os controlos de
partidos, sem chefetes e sem burocratas sindicais ou partidários ( em
ASSEMBLEIAS POPULARES funcionando em DEMOCRACIA DIRETA, em COLECTIVOS E GRUPOS
DE ACÇÃO E REFLEXÃO, em INICIATIVAS LABORAIS E POPULARES, coordenadas e
federadas entre si…), são capazes por si própri@s de pôr em causa os
interesses daqueles que os exploram e oprimem, como o fizeram no passado @s da
antiga CGT (Confederação Geral do Trabalho) proibida e perseguida pelo regime
salazarista, reprimida na greve insurreccional de 1934 , e finalmente esmagados
no fim dos anos 40.
Essa organização anarco-sindicalista d@s
trabalhadoras/es não precisava de funcionários, nem de subsídios do
Estado, nem de representantes ou de controladores de qualquer partido para
lutar contra O PATRONATO e o ESTADO-LADRÃO e jamais pactuava ou aceitava
“concertações sociais” ou ser “parceiro social” de quaisquer patrões e governos,
fossem eles republicanos ou monárquicos, democratas, socialistas ou fascistas!
Jamais punham em causa as suas reivindicações como trabalhadores/as em nome de
quaisquer táticas manhosas de quaisquer arranjinhos “patrióticos” de governos.
Eram, DE FACTO e não em palavras apenas, um CONTRA-PODER, anticapitalista e
anti-opressão. Aprendamos com ela.
Pois HOJE , mais do que nunca, precisamos das
ideias e práticas ANARQUISTAS e ANARCOSINDICALISTAS organizadas para
ENFRENTARMOS O CAPITALISMO SELVAGEM E OS BANCOS, O FMI e o/s ESTADO/s que os
defendem e guardam - bem como tudo aquilo que com eles concilia! E esta luta
NÃO É SÓ NOSSA! Ela é comum a TODOS OS POVOS DO MUNDO!
No passado, foram homens e mulheres como @s
anarquistas e anarco-sindicalistas da antiga CGT que se auto-organizaram para
resistir e tentar vencer o capitalismo e a opressão: Mário
Castelhano (morto no Tarrafal), Angelina Vidal(de Setúbal) , A.Simões
Januário, Manuel Fiúza Júnior (de Viana, morto na PIDE no Porto), Margarida
de Barros e Virgínia Dantas (Porto-Fontaínhas) Manuel
Joaquim de Sousa ( Porto- Paranhos-), Manuel Reis (do Porto ), Amilcar
Dias, António Soares, Anibal Dantas, Alberto Moniz da Silva, António
Luís, A.Augusto Quaresma, Campos Lima,
Romagem histórica à memória dos antigos resistentes e presos libertários (e outros antifacistas ) |
Clemente Vieira dos
Santos,Constantino Mendes, Ferreira de Castro (escritor), Faustino
Bretes, Fernando Barros, Germinal de Sousa, José Bernardo,Joaquim
Correia, Justino Gomes, José de Almeida, João Vieira Alves, João
Black, João Caldeira, José Antonio Machado,João Humberto Matias, Jaime
Rebelo, (de Setúbal -o homem da boca cerrada – que cortou a língua com os
dentes para não falar na PIDE…), Joaquim Moreira da Silva (o
poeta-carpinteiro de Vilar-Modivas) , Júlio Gonçalves Pereira, José
Reboredo,José Correia Pires, Luís Portela, Lucinda Castelhano, Libânio
Leal, Leonídio Rodrigues, Laura de Sousa, Luísa do Carmo Adão,
Lino de Andrade, Miquelina Sardinha, Mário Domingues, Maria
Antónia Aquino, Manuel Inácio Luís, M.Joaquim Caetano da Silva, Melo
Bandeira, Manuel Correia, Manuel Pedro, Rodrigo Manuel Ferreira (do
Porto),Emídio Santana (um dos jovens autores do atentado falhado a Salazar
em 1937…), e tantos e tantas outras e outros... Todos eles e elas foram decerto
produtos de uma época heroica mas não eram feitos de carne, ossos e sangue
diferentes dos das pessoas de hoje!
Simplesmente
tinham-se elas próprias formado na escola das ideias e práticas
anarquistas e anarco-sindicalistas (que não eram nem são DESORGANIZAÇÃO
mas sim AUTO-ORGANIZAÇÃO das próprias pessoas revoltadas contra as injustiças e
explorações dos poderosos – e só serão o CAOS para os inimigos do povo e dos
trabalhadores).
Forçosamente, a “crise” atual e as misérias e a exploração
selvagem do capitalismo e dos Estados de que já se prevê a intensificação para
os próximos tempos, haverão de produzir também lutadoras e lutadores da têmpera
daqueles noss@s companheir@s – e possivelmente muitos e muitas mais, pois os
tempos serão ainda mais duros do que os dos anos 20 ou 30 do século passado…E,
ou ISSO, ou deixarmos que os ricos e poderosos nos comam de cebolada a nós e
aos nossos!
Participação do Sov-Porto da AIT-Sp na manif do 25 de Abril na Avenida dos Aliados -Porto |
A AIT-SP (Associação Internacional dos
Trabalhadores – Secção Portuguesa), que se pretende continuadora atual da
antiga CGT anarco-sindicalista, tem nos seus estatutos e programa bem
claro que tampouco nós deixaremos que o que os trabalhadores e o povo
conseguiram conquistar com a queda do fascismo em 25 de Abril de 1974 volte
atrás e seja destruído pelos atuais gatunos deste ou de qualquer outro governo
e pelo capital internacional, pelo FMI ou seja por quem for.
E , da mesma forma que as nossas organizações irmãs da AIT
internacional (CNT espanhola, SOLFED inglesa, FAU alemã, CRASS russa, ZSP
polaca, FORA argentina e tantas outras) e outros coletivos
libertários e anticapitalistas, envidaremos os nossos esforços, mesmo à escala da
(ainda)pequena organização que somos aqui, para travar a ofensiva mundial do
capitalismo selvagem e dos seus aparelhos de Estado. Ao contrário do que alguns
ainda acreditam, a solução não cremos que esteja em nenhuma espécie de
“governo patriótico” mas sim na luta dos explorados e dos povos oprimidos de
todo o mundo – porque os explorados e oprimidos não têm outra pátria que não
seja O MUNDO INTEIRO e somos MUITAS e MUITOS MAIS do que ELE$, mesmo com
os seus esbirros fardados ou à paisana!
VIVA O 25 DE ABRIL LIBERTÁRIO! VIVA O 1º DE MAIO
DA LUTA E RESISTÊNCIA SOCIAL!
VIVA A REVOLUÇÃO SOCIAL LIBERTÁRIA MUNDIAL!
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