quinta-feira, 29 de março de 2012

Apoio à Greve Geral em Espanha


CNT-Confederación Nacional del Trabajo  (secção espanhola da AIT-Assoc.Internacional dxs Trabalhadoras/es)
12 de marzo de 2012 Secretaría de Relaciones Exteriores

       TRAVEMOS AS MEDIDAS DE AJUSTE DE CONTAS QUE O CAPITAL IMPÕE À CLASSE TRABALHADORA. 
        PELA REVOGAÇÃO DAS REFORMA LABORAIS


          


  

As reformas das leis laborais impostas na quase totalidade dos países industrializados ou em via de desenvolvimento, deixam antever em tempos de crise o extremo controlo pelas elites dominantes que se assumem como donas do planeta, relegando a humanidade para o papel de meros produtos de troca no mercado de produção e de consumo. Estamos destinados e condenados a ser unicamente um custo mais que variará consoante a planificação nas suas mais-valias ou consoante as suas margens competitivas, com o objetivo final  de chegar ao monopólio, acumular e multiplicar os seus dividendos, sem que importem em qualquer momento as verdadeiras necessidades da população. Por qualquer motivo pelo qual a classe trabalhadora haja sido beneficiada pelos poderes reais, é pura coincidência ou corresponde a interesses que a longo prazo darão no mesmo (veja-se até onde chegámos). Conclusão : não somos nada!
Até chegado o momento, seremos sacrificados em prol da maquinaria bélica que move as pedras no tabuleiro do xadrez  geoestratégico para se assenhorear dos  recursos naturais, das rotas comerciais ou de regiões inteiras, como  se adivinha nas próximas guerras que estão por vir no Próximo Oriente, em África e provavelmente na Eurásia. Isso é outra maneira de sair da recessão, tal como preconizam os dirigentes das civilizações do primeiro mundo. 
Muito se tem falado da restruturação do capitalismo ou inclusivamente do seu final, mas nunca o seu poder hegemónico foi tão grande como agora. Todas as medidas adotadas foram destinadas a apetrechar ainda mais o poder financeiro, de divisas e de quisquer das suas formas especulativas, que nos afundam cada vez mais na miséria, a nós, classe trabalhadora. Aqueles que provocaram a crise, voltam de novo à ribalta.
O famoso banco de investimentos Lehman Brothers que vigarizou à direita e à esquerda, marcando o marco da famosa crise das subprime (créditos de risco concedidos a empresas que não oferecem garantias) acaba de anunciar a sua saída da bancarrota,
A decisão da CMNV (comissão nacional do mercado de valores) de levantar a proibição das vendas curtas sobre a banca, legitima de novo que os tubarões possam apostar pela caída na bolsa dos diversos activos, para que se encham à custa de afundar economias inteiras. Aqui podem encher a boca com tudo o que queiram com o seu patriotismo europeu, mas boa parte dos ataques especulativos produzem-se dentro da própria UE entre os seus  países membros.
Goldman Sachs um dos maiores bancos de investimentos mundial e corresponsável direto pela crise atual junto com
outras entidades e agencias de qualificações, como Moody's y Stand & Poors, operam na direção e na gestão dos governos europeus, como se está a ver, no todos contra todos da atual UE e nos seus governos tecnocratas. 
Nos países  denominados depreciativamente dentro da UE como PIG’s, como Espanha, Portugal e Grécia…sofremos  as políticas de austeridade, ajustes orçamentais, cortes sociais e as chamadas reformas estruturais,  de maneira  imposta pelas instituições da UE. Somos países intervencionados em maior ou menor medida, como se pode comprovar pela submissão aos interesses mercantilistas da UE e da banca. Inclusivamente modificando expressamente as constituições em que se apoiam a entidade e a ordenação do Estado, para determinar as exigências que as políticas expansionistas financeiras requerem para se beneficiarem a si próprias, em detrimento da classe trabalhadora
Que querem eles com a reforma laboral e a que é que estamos destinados?
Para já isso do pleno emprego é uma aldrabice que não tem por onde se lhe pegar! Haveria que começar a ver as coisas como realmente elas se manifestam, sem o barulho vindo da esfera política que confunde a mensagem.
Se vivemos, morremos ou não temos nem o que comer, isso para os manda-chuvas não tem qualquer importância- a não ser que eles tenham algum benefício pelo meio.  Nem sequer eles podem garantir para a grande maioria desta despojada sociedade uma cobertura social a médio prazo dentro do modelo de Estado vigente.
Somos um custo a reduzir para que o mundo empresarial e bancário possa projetar-se no mercado para a maior gloria de deus. Barateando a mão-de-obra, um dos custos principais, cria-se essa desvalorização competitiva, não conseguida no quadro do Euro, que impede a desvalorização da moeda, para embaratecer o preço dos produtos e bens destinados à exportação. O seu mal chamado “Banco Central Europeu” não contempla qualquer política monetária a favor dos seus Estados membros e os únicos auxílios e favores são para a Banca que aproximando-se de um tipo de interesse cada vez mais a 0%, lhes oferece o dinheiro, mesmo que comprando-lhes activos contaminados.  A prioridade que tem a UE é solucionar os seus problemas de dívida e deficit antes de qualquer outra coisa, inclusive o crescimento económico de cada país, porque antes de mais nada anseiam a uma estabilidade financeira o mais concordante possível com o mundo das finanças, com uma moeda forte. Mesmo que não se explique a contração da economia real , como fórmula nos tempos de recessão, é claro que os cortes sociais os levarão a regular os tais valores que lhes permitam ir em alta.
Evidentemente que o nosso destino será sofrer mais desemprego, fome e toda a precariedade que suportemos com submissão escrava , pela simples razão do abandono sistemático da economia social. Para não falar da transferência do público para o privado
A alternativa frente a isto não é outra senão construir outro modelo económico, sem Estado nem elites que intervenham nas relações produtivas sociais, onde nós, pessoas, não sejamos nem mercadoria, nem custos empresariais, pondo todo o esforço na sociedade e no seu progresso, em vez de acumulá-lo em tão poucas mãos.
Outro galo nos cantaria - porque seríamos então possuidores de tudo e não de quase nada, como até agora. Se somos os 99% deveríamos ser tudo. Por agora devemos concentramo-nos no imediato ataque que estamos a sofrer por parte do terrorismo empresarial e consegui anular a reforma laboral com todos os meios e ações ao nosso alcance, participando na Greve geral de 29 de Março em todo o Estado espanhol e reagindo em cadeia partindo do anarco-sindicalismo, do sindicalismo de classe e de todos os movimentos sociais de toda a Europa, para podermos dar-lhes batalha, rompendo a paz social e rompendo com o sistema, os seus políticos e sindicatos.


CONTRA O CAPITAL E A SUA CRISE, GREVES E ACÇÕES GLOBAIS! 







Mobilizações internacionais: 29, 30 e 31 de Março   .Día europeu de acção contra o capitalismo- M31
        Jornadas de ações internacionais promovidas pela AIT –Associação Internacional dxs Trabalhadoras/es
















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